De novo... a leitura e a escrita
Escrevo para ser feliz. Quando pego no marcador e no caderno ou na folha esqueço os problemas, parto para um mundo só meu.
Rodeada de livros, leio citações e vejo os escritores nas prateleiras que me encantaram na infância e adolescência (Luísa Alcott, Emily Brontë, Alexandre Dumas, La Fontaine, Enyd Blyton, Charles Dickens, Pearl Buck, Agatha Christie, Odette de Saint-Maurice, Lewis Carroll…) e ainda me encantam agora. E, para mim ler e escrever era brincar, ocupar os tempos livres.
Diz Rubem Alves, pedagogo de quem sou fã: «Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar».
Mais tarde, na faculdade, Johann Goëthe acrescentou mais ao meu encantamento «Uma palavra escrita é semelhante a uma pérola». Quantas temos à nossa disposição, se nos dispusermos a lê-las ou se pegarmos nelas, ema a uma, e escrevermos um texto, uma história, um conto, um romance.
A Informática que invadiu todos os campos, a Escola inclusive, veio desterrar para segundo plano a leitura, mas, pouco a pouco, todos começam a ver que o livro tem um valor incalculável. Bill Gates disse: «Os meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever inclusivé a própria história».
Carl Sagan afirmou o mesmo de outra maneira: «A escrita talvez seja a maior das invenções humanas, ligando pessoas, cidadãos de épocas distantes, que nunca se conheceram. Os livros rompem correntes do tempo, prova de que os humanos podem fazer magia».
Estudos demonstram que a leitura no monitor fica menos “impressa” na memória do que a leitura em papel. Eu detesto ler no monitor do computador. Tenho de imprimir para poder apreciar a leitura. Do mesmo modo, detesto escrever diretamente no Word, tenho de escrever manualmente, necessito do contacto da mão com o papel.
Claro que, nos tempos de hoje, há que saber contrabalançar as TIC (ferramenta inevitável e necessária) e o conhecimento que o professor deve transmitir “cativando” os alunos para os ensinamentos que pretende transmitir. Segundo Aristóteles «A leitura é o caminho mais curto para o conhecimento».
As funções da leitura e da escrita são indissociáveis: estimulam a criatividade; exercitam o cérebro, fomentando o raciocínio; desenvolvem as funções cognitivas como a memória e a concentração; ampliam o vocabulário e os conhecimentos gerais; desenvolvem o encadeamento de ideias e a construção frásica; desenvolvem o espírito crítico e estético; levam o leitor para outro universo («A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar»- José Saramago).
Quando escrevo para crianças, pretendo transmitir-lhes o amor que tenho pela leitura e pela escrita, as duas faces do conhecimento e do sonho. É verdade. Sem sonhar, a humanidade não avança. Publiquei há dias esta citação de Neil Gaiman «Um livro é um sonho que você segura na mão».
Segundo Fernando Pessoa «Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso».
E que beleza transparece nesta frase de Paulo Henrique Lima «A escrita e a fotografia da alma e a fotografia o poema do mundo».
E acabo com um poema que norteou a minha carreira docente e, praticamente a minha vida de Sebastião da Gama:
“Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.
Também disponível em Reflexo Digital.
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