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Dicas para ser um professor

eficiente e eficaz

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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

segunda-feira, 5 de agosto de 2024


O professor quer que o aluno aprenda e não que erre, pelo que, sendo de Filologia Germânica e havendo lecionado Inglês e Alemão apenas no início da minha carreira de 42 anos, utilizei, enquanto professora de Português, muitas metodologias e estratégias da Didática das Línguas Estrangeiras.

Trabalhar a Língua Portuguesa como se fosse uma língua estrangeira trouxe alguns frutos, como por exemplo, utilizar o método comunicativo (o aluno interage com os colegas) ao trabalhar com funções comunicativas: Asking for personal information; Giving personal information; Asking and answering about someone’s origin; Describing People; Talking about one´s family; Saying what people are doing; Describing daily routines; EXpressing likes and preferences: Asking for and giving permission; Talking about after-school activities; Describing the Weather; Narrating past events; Asking for and giving directions… e tendo em conta as quatro capacidades: Listening, Talking, Reading and Writing, ao utilizar materiais autênticos (textos de enciclopédias, notícias de jornais, anúncios publicitários, gravações radiofónicas, telejornais, música clássica, música pop, metal ou rock…) preocupação que só muito recentemente chegou à Língua Portuguesa que se focalizava nos textos literários.

EIS ALGUMAS DICAS:

1-Faça um Contrato Pedagógico da disciplina onde fique exarado tudo quanto o aluno tem de fazer para ter o 3, tanto no saber como no saber fazer e no saber estar.

2-Estabeleça as regras da aula que nunca poderão ser quebradas nem pelos alunos nem pelo professor. Há o Regulamento da Turma, mas poderão estar omissas regras importantes para a sua aula e pode incluí-las aí.

3-Atualmente, os TPC são muito contestados. Para além do que está exarado no Contrato Pedagógico, estipule o dia em que poderá haver TPC que não tenha a ver com o Contrato Pedagógico.

4-Corrija todos os trabalhos que propõe. Não mande trabalhos que não tem intenção de corrigir pois vai desmotivar o aluno.

5-A entrega dos trabalhos propostos nunca prescreve (nem que os entregue todos no fim do ano), principalmente se o aluno verificar que nada lhe acontece pelo incumprimento. Destine uma aula por período para dar hipótese aos alunos de cumprirem o que estava estipulado e não foi cumprido.

6- Todo o trabalho é “facultativamente obrigatório”, o que significa que os alunos não têm a ver com a turma x ou a z, têm apenas a ver com a sua. E o que é obrigatório para eles pode não o ser para outra turma qualquer. O “facultativo” vem dos concursos que chegam à escola e que os meus alunos tinham obrigatoriamente de fazer se não aparecessem textos de outros alunos de outras turmas.

7-Os testes de avaliação são apenas uma das fatias da Roda da Avaliação, mas não sobrevalorize o comportamento do aluno ao dar um 17 a um aluno que tem média de 14 nos testes, nem dê 16 a um aluno com média de 19. (Este tipo de atitude vê-se muito nas avaliações das escolas secundárias. Tenho dois filhos, sei do que falo).

8-Entregue os testes atempadamente (tem de corrigir e tem, mais vale que seja cedo do que tarde ou “nunca”) para que os alunos e o professor possam rever as matérias focadas onde mais falharam o mais rapidamente possível.

9-Dê a avaliação, principalmente de um texto de expressão escrita, pela positiva. Parta sempre do princípio de que o aluno fez o melhor que sabia. Colocar um NS num texto desse tipo só vai enraizar no aluno que ele é fraco, o que está farto de saber. Se não tiver nota e o professor começar por elogiar o que está bem e só depois mencionar algumas dicas ou sugerir mesmo, quantas vezes redigindo o texto do aluno seguindo a via de pensamento dele, o resultado pode ser completamente diferente a longo prazo.

10-Sublinhe as melhores frases de todos os textos escritos e elabore um texto coletivo. Para o aluno fraco é muito benéfico ver uma das suas frases no texto.

11-Faça o trabalho escrito proposto, dirijo-me especialmente aos professores de Português, ao mesmo tempo que o aluno. Isso é altamente motivador.

12-Faça Trabalhos de Projeto com as suas turmas envolvendo outras disciplinas, em que tenham de investigar e escrever os seus textos, citando os sites da Internet e bibliografia consultada.

13-Escreva livros com os seus alunos. Faça previamente o esqueleto da história. Depois deixe que a imaginação de cada um trabalhe. Cada aluno escreve um capítulo. Cabe ao professor compor a narrativa à medida que vai avançando.

      Pode fazer um livro de ano, passando por todas as turmas e regressando à primeira e assim por diante. Claro que terá de haver um professor de Português responsável por verificar se tudo está a correr bem (por exemplo se o narrador participante continua a ser participante ou se mudou para observador) antes de passar para a turma seguinte.

14-Faça portefólios do trabalho do ano, com críticas do aluno a cada atividade concretizada. (Fiz portefólios manuscritos com os alunos do 5º ano e portefólios digitais a partir do 7ºano, em colaboração com o professor de TIC. O conteúdo era avaliado em Português, o suporte (PPT com hiperligações, música…) em TIC).

15-Tenha sempre as mesmas atitudes e comportamentos com os alunos. Desta forma eles sabem o que esperar e que o que fizerem não vai ser avaliado pela boa disposição ou não do professor.

16-Dedique os 5 minutos iniciais de uma aula (todos os professores) à leitura de uma poesia, de um conto, de uma adivinha, de uma anedota, de um livro escolhido pelo professor de Português a que todos vão dar seguimento para dispor bem e preparar a turma para o trabalho sério que se segue.

17-Varie as atividades das aulas. Fuja da “leitura, compreensão e análise literária e gramatical” dos velhos tempos, a melhor forma de levar um aluno a detestar a língua materna.

18-Apareça com atividades surpreendentes. Por exemplo, ouvir uma música clássica e depois escrever um texto sem tema específico. Os alunos vão pensar que é um cota. Apareça com uma das canções deles que esteja nos TOPs e faça o mesmo. Ficam baralhados Para onde foi o cota?

19-Faça trabalhos de grupo com grupos homogéneos e heterogéneos.

Grupos homogéneos - Junte os bons com os bons e vai ter trabalhos ótimos. Junte os maus com os maus e vai obrigá-los a desenvencilharem-se. Claro que estes últimos precisam do apoio do professor que deve ser dado.

Grupos heterogéneos – O aluno de 5 vai ser o líder e vai distribuir tarefas ou vai sobrar para ele. No fim, exija heteroavaliação. Vai ficar surpreendido com a justeza e imparcialidade das suas avaliações. São extremamente rigorosos.

20-Não se preocupe com o copianço. Se feito “com arte” significa que o aluno estudou e o que é feito sob o efeito da adrenalina não se esquece mais. Não admita é que o aluno faça de si parvo, como por exemplo, abrir o livro à sua frente.

21-Se vê que alguma pergunta que fez no teste está a ser mal respondida por todos os alunos, esclareça a questão para todos o ouvirem, dando-lhes a hipótese de retificarem a resposta. O professor quer que o aluno aprenda não que erre.

22-Se vê que o alune está a responder erradamente a uma questão não se preocupe. Ponha o dedo, até na resposta correta, e diga “Está mal!”

23-Corrija os textos de expressão escrita todos no mesmo dia para se guiar pelos mesmos parâmetros. Digam o que disserem os grandes pedagogos, a avaliação tem uma enorme carga subjetiva. Atribua as classificações dos textos antes de fazer o somatório dos testes.

       Um texto escrito nunca pode ser avaliado com 0 (zero), por isso a cotação está dividida por tantos parâmetros. Elabore os seus e não se deixe guiar pelos dos exames. Haverá parâmetros diferentes conforme o tipo de texto exigido e o que trabalhou na aula. Terá sempre tempo de os treinar para o exame.

24- Corrija os testes todos no mesmo dia. Se lhe disser que os alunos entre os 45% e os 55% são todos iguais não vai acreditar, mas são. Um dia, perdi a cotação do teste e já tinha metade dos testes corrigidos. Na altura não usava grelhas e fazia cálculo mental (em que sou barra). Perdida a matriz, resolvi fazer outra e, por descargo de consciência, revi os testes já corrigidos. Para meu espanto, alguns que tinham 40 e tal passaram para a positiva e outros que tinham os 53 mais ou menos foram para a negativa.

Ou seja, as notas dependem da cotação das perguntas. Ao contrário de alguns colegas meus, as perguntas de elevado grau de dificuldade eram as que valiam menos, pois sabia que só chegavam a essas os bons alunos que eu já sabia quem eram, não precisava dos testes para nada.

25-Os testes devem ser feitos para a turma e não aplicados a todas as turmas e, às vezes, durante anos seguidos. Aí o trabalho do professor é nulo nem ele entende a especificidade de cada turma. E, principalmente, nunca dê o teste de outro professor.

26-No sumário, aberto na aula e escrito na aula seguinte como feedback do que foi feito, inclua uma frase relacionada com o tempo que faz no dia, no qual o aluno seja obrigado a utilizar um recurso estilístico. Como segue a ordem da pauta, o aluno tem tempo de preparar a sua frase que pode ir buscar a um escritor, a um poeta, identificando-o. (Este era um dos exercícios da aula de Inglês para fixarem as estações do ano, os dias da semana e as condições meteorológicas. Adaptado deu para os alunos aprenderem os recursos estilísticos).

27- Escreva a data da aula por extenso. Por exemplo, segunda-feira, 3 de janeiro de 2022, inverno. Não calcula a quantidade de alunos que não sabem escrever os dias da semana, nem as estações do ano nem os meses.

28-Faça o seu plano de trabalho e não se preocupe com o manual. Nunca siga o manual ou não faz nada. O manual para mim era um ponto de apoio e tão depressa estava na página 20 como na página 140. O ano mais feliz da minha carreira foi o ano em que o 8ºano que eu lecionava não teve manual da disciplina. Uma maravilha!

29- Dê os assuntos à medida que forem aparecendo e não se preocupe se é matéria do 2º ou do 3º períodos e se está no 1º período. O que interessa é que a matéria seja dada, não interessa a altura. Nunca me escravizei a planos anuais/ trimestrais da disciplina nem a planos de aula, em pleno estágio, e não foi isso que me prejudicou. Pelo contrário, chegava ao final do ano com a matéria toda dada, ao contrário dos colegas que não tinham dado isto ou aquilo.

30- Seja feliz a dar a aula, pois a sua felicidade, o seu amor à Língua Portuguesa vai transmitir-se aos alunos.

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