Ser Cidadão e a cidadania

no século XXI

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quarta-feira, 16 de julho de 2025

quarta-feira, 16 de julho de 2025


Na era da tecnologia e da internet, um novo conceito de cidadania tem ganhado destaque: a cidadania digital.

A propósito da minha live subordinada ao tema «À moda de Vitorino Nemésio», falou-se sobre a evolução do conceito de educação ao longo dos tempos e concluí, pelo pequeno excerto televisivo que publiquei de uma das suas palestras de 1975, que, já há 50 anos, existia a ideia de que o homem tinha de ser um estudante toda a vida para acompanhar os avanços tecnológicos, socais e culturais.

Por acaso, esta palestra de Vitorino Nemésio é posterior ao 25 de abril, data em que tudo mudou principalmente para a mulher que teve acesso ao trabalho e aos estudos. Mas isso ele não menciona, pois estava ainda em cima do acontecimento. Cinquenta e um anos depois, a igualdade de género continua a marcar passo (em muitos casos).  

Ser cidadão é compreender os direitos, os deveres e a identidade de cada um dentro da sociedade à qual pertence, participando e responsabilizando-se pelos vários setores da sociedade, exercendo a cidadania de forma consciente e ativa. Ter um cartão de cidadão e um comprovativo de residência são meros proformas.

A ideia de cidadania remonta às civilizações antigas, nomeadamente à grega e à romana, às quais fomos beber os princípios sociais, históricos e individuais.

Contudo, foi no século XVIII, com a Revolução Francesa, que a cidadania passou a ser associada à igualdade de direitos e à participação política do povo -«liberté, égalité, fraternité». A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, destacou que todos os indivíduos nascem livres e iguais em direitos, dando origem a todas as outras constituições democráticas e republicanas, na sua maioria.

Hoje, o conceito de cidadania é mais amplo e todos têm o direito e o dever de participar ativamente em aspetos políticos, sociais, económicos, salutares, educacionais e culturais e fazer parte de todas as instituições a começar pelas escolas, promovendo a inclusão social e combatendo as desigualdades.

A cidadania moderna pressupõe o reconhecimento de direitos universais, independentemente da raça, do género, da religião ou da condição social, promovendo a inclusão e a justiça social, a liberdade de expressão, a liberdade de associação, o direito à propriedade, à privacidade e à igualdade perante a lei. Onde há direitos, há deveres, como o respeito às leis, o pagamento de impostos, a participação nas eleições e o envolvimento na comunidade para o bem comum, a preservação do meio ambiente, a solidariedade e a defesa da democracia. Os direitos políticos incluem o direito de votar, de ser votado e de participar de debates públicos e decisões políticas, de se envolver em associações, movimentos sociais, ONGs e iniciativas comunitárias. Recentemente, a14 de julho, comemorou-se o Dia Mundial do Pensamento, da liberdade de expressão.

A responsabilidade cidadã é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e sustentável. Assim sendo, cada cidadão deve agir com consciência social, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e sustentável,  respeitando o outro, cuidando do meio ambiente, combatendo qualquer forma de discriminação e promovendo a paz social.

Na era da tecnologia e da internet, um novo conceito de cidadania tem ganhado destaque: a cidadania digital. O seu uso responsável, ético e consciente levanta o problema da inclusão digital, do combate às fake news, do respeito à privacidade e à diversidade online.

Apesar dos avanços, ainda há grupos excluídos do acesso a direitos básicos, como as comunidades indígenas, os moradores em áreas rurais, as pessoas com deficiência, as minorias étnicas, entre outros.

A desigualdade social, a violência, a corrupção, a intolerância e a desigualdade de oportunidades dificultam o exercício da cidadania plena. Portanto, é necessário promover educação nesse sentido, fortalecer as instituições democráticas e combater as desigualdades para garantir que todos possam exercer os seus direitos e os seus deveres de forma plena.

Exercer a cidadania é fundamental para a construção de uma sociedade mais democrática, justa e participativa, formando cidadãos críticos e conscientes, capazes de defenderem os  seus direitos e de lutarem por melhorias na sociedade.

Esta conquista histórica evoluiu ao longo do tempo e é uma pedra fundamental para a construção de sociedades democráticas, justas e inclusivas.

Também disponível no website da Reflexo Digital.

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