A leitura e a escrita são duas capacidades essenciais. Estão interligadas e desempenham papéis importantes na nossa vida diária.
A leitura é fundamental para o desenvolvimento intelectual, cognitivo e emocional de um indivíduo. Ela aumenta o vocabulário, melhora a capacidade de compreensão e interpretação, ajuda no desenvolvimento da capacidade de empatia e compaixão, entre outros benefícios. Além disso, a leitura é uma fonte de entretenimento, conhecimento e aprendizagem.
A leitura envolve descodificar informações, compreender a mensagem e interpretá-la. Não basta juntar os fonemas e ler. Quem assim faz, continua analfabeto, quando é incapaz de compreender o significado do que lá está escrito, atingindo assim o nível seguinte- a compreensão e depois, sim, vem a interpretação.
A definição de analfabetismo mudou hoje em dia: o analfabeto não é aquele que não consegue ler, é aquele que não consegue compreender o que lê. E juntou-se agora um outro tipo de analfabetismo que é aquele que é incapaz de lidar com as Redes Sociais. São os infoexcluídos, os que não aprenderam a lidar com as Novas Tecnologias. Mas deixemos este tema que dava pano para mangas, como é costume dizer-se.
Erradamente quanto a mim, exigia-se que a leitura de um texto literário fosse igual para todos, esquecendo-se a polissemia da palavra. Eu interpreto de maneira diferente daquela feita por um jovem. Tivemos e temos vivências diferentes, vivemos segundo códigos completamente opostos, por vezes. O que ontem estava errado, hoje está correto ou é aceitável.
As correntes literárias, os rótulos estragam tudo. Quando um autor escreve, fá-lo sem pensar que a sua obra vai ser encaixada em determinada corrente literária ou não. Coitado do Eça se soubesse que ia ser rotulado como «realista» e o Camilo como «romântico».
Talvez por isso, numa pergunta aberta, de opinião, eu aceitava as duas respostas: concordo ou discordo, desde que as justificações fossem válidas.
E o mundo gira também à volta dos estudiosos das línguas: os gramáticos, os linguistas…
Desde a minha entrada para a escola e a minha reforma, aprendi e dei quatro gramáticas diferentes. Para a mesma coisa, as classificações mudaram e depois havia quem não acompanhasse e era uma confusão. Estou mesmo a referir-me a professores.
Mas já estou a entrar na escrita, a capacidade de expressar ideias, sentimentos, pensamentos e informações de forma escrita. Ela permite-nos comunicar de forma clara e eficaz, organizar os nossos pensamentos, registrar informações importantes e até mesmo estimular a criatividade. Escrever também é uma forma de praticar e aprimorar as habilidades de linguagem e comunicação.
Embora a leitura e a escrita sejam habilidades distintas, elas estão intrinsecamente ligadas, pois uma influencia diretamente a outra. A leitura pode inspirar a escrita, enquanto a prática da escrita pode melhorar a compreensão da leitura. Portanto, é importante valorizar e desenvolver ambas as capacidades para alcançar um maior sucesso académico, profissional e pessoal.
Surge agora a grande questão que ainda anda por aí aos pulos: O Acordo Ortográfico. Em Portugal, só o Ministério da Educação é que o adotou em 2012. Os outros ministérios não, não sei porquê. Temos comunicação social que usa AO e outra não. No Ensino Superior (outro ministério como sabemos), cada universidade faz o que quer e, pior ainda, cada professor faz o mesmo. Ou seja, há alunos que têm professores que exigem acordo e outros não. Como não exigir AO aos alunos que agora frequentam as universidades se eles já aprenderam com o AO?
Há concursos literários que exigem o Acordo de 1945. Nem eu sabia que esse era o acordo pelo qual eu estudei e devia ter muitas adendas, porque eu aprendi que os adjetivos com sílaba tónica acentuada com acento agudo, quando se tornavam advérbios levavam acento grave, para mostrar que aquela sílaba deixava de ser a tónica. Exemplo: amável, amavelmente.
Acho que a maior parte de quem me lê não sabe do que falo. Agora fomos para o outro extremo e chegamos a ter duas formas para escrever a mesma palavra, mesmo em Portugal continental: característica, caraterística. O novo acordo propõe a segunda, mas a etimologia favorece a primeira, ou seja, escreva como entender.
Sem dúvida que a escrita é a base do conhecimento, pois através dela podemos registrar e transmitir informações, ideias, pensamentos e sentimentos de forma duradoura. Através da escrita, podemos preservar o conhecimento acumulado ao longo dos séculos, possibilitando que as gerações futuras tenham acesso às descobertas e reflexões das gerações anteriores.
Portanto, a escrita é fundamental para a transmissão e aquisição do conhecimento, sendo uma ferramenta poderosa para a educação, a pesquisa, a cultura e o progresso da humanidade.
Maria Teresa Portal Oliveira
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