A folha observa quieta
Do lápis a pirueta
Vai escrever ou bailar
Parece estranhamente perguntar
O lápis, malandrão
Não diz sim nem diz não
Lança-lhe um olhar enviesado
Continua com o seu bailado
Ela pensa e não percebe
O que faz com a lapiseira
Não entende que não escreve
E olha o vazio há um tempão
Que algo alinhar deve
Vem aí a escuridão
De noite tem de parar
E com histórias sonhar
Mas…
As ideias não germinam
Para no papel as plantar
E as letras não caminham
Para o jardim encantar
Nada poderá fecundar
E naquela terra brotar
Só a crónica, o conto, a história
Que ela quiser narrar.
Maria Teresa Portal Oliveira
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