Sou asa de pássaro não posso voar

Sou lamento balbuciado não posso murmurar

Sou sorriso melancólico não posso cantar

Sou choro de angústia não posso cantarolar

Sou pena lançada vagueio no ar

Sou riso de petiz passeio na inocência

Sou fado sentido cantaroleio a dolência

Sou pensamento inconsequente bloqueio no ar

Fui música no relincho dos alazões

Fui quimera inesperada em tempos fujões

Fui utopia insana no emaranhado das emoções

Fui queixume trancado nos corações

Ah!

Se ao menos pudesse sair

Se ao menos pudesse partir

Na asas do eu embarcar

Ao desconhecido rumar

Saber que inteira estou partida

Pelos continentes distribuída

E não me sentir tão presa

Permanecer incólume e ilesa

Sou a alma portuguesa