O Pardalito

O Pardalito

quarta-feira, 30 de julho de 2025

quarta-feira, 30 de julho de 2025


Um pequeno pardalito caiu de repente, enquanto tentava aprender a voar, no campo da casa da praia. Ainda vios a mãe a seguir com os outros, dando-lhes cabeçadinhas, quando começavam a querer cair. Não se apercebeu da queda deste.

Assustado e ferido, ficamos preocupados. O pequenito piava e não mexia uma das asas. Demos-lhe água e comeu sofregamente algumas migalhinhas de pão. Estava esfomeado. Como havíamos de fazer, já que o Pinóquio o olhava esfomeado?

O bichano não perdia a mania da caça. Até era bom por causa dos ratos, mas comer o passarito? Que tirasse o cavalinho da chuva.

Improvisámos uma espécie de abrigo, colocámos pequenas talas na asita direita magoada e garantimos que permanecia seguro, enquanto íamos à praia, deixando-lhe papinhas de pão embebidas em leite.

De noite, já piava mais confiante e vinha comer o que lhe oferecíamos na nossa mão. Todos os dias, dedicávamos tempo a cuidar dele: alimentando-o, também com comida de pássaro (painço, grãos, arroz),  água fresca à disposição.

Observávamos com esperança o seu progresso.

Estava mais forte e as asas funcionavam bem. Era o que parecia. Aos poucos, foi-se movimentando com mais confiança e até desafiava o Pinóquio fugindo para debaixo dos armários. Ele bem bufava. Não lhe servia de nada.

Com o passar dos dias, percebemos que já não precisava mais da nossa proteção constante. Com muito cuidado, colocámos o pardalito na árvore mais próxima, para que pudesse tentar voar. Ele esforçou-se, batendo as asitas, mas caiu.

Foram dias de luta e o mês esgotava-se. Um dia, levantou voo com graça e confiança. Assistimos emocionados, enquanto desaparecia no céu azul, livre e feliz, sentindo uma imensa alegria por ter ajudado aquele pequeno amigo a recuperar a sua liberdade.

Estávamos orgulhosos por termos participado naquele momento de recuperação e liberdade.

No dia seguinte, nem queríamos acreditar. Apareceu e veio comer à nossa mão. E todos os dias nos vinha visitar até as férias acabarem.

Depois, porque há sempre um depois, temos de acreditar que tenha acasalado e tenha tido muitos pardalitos.

Fantasiem à vontade. Para que serve a imaginação?

(Caso verídico, aconteceu em Miramar, onde passava o mês de agosto)dade

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