Para viver o meu sonho
Fui menina pequenina
Andei num jardim de infância
Com muitas outras crianças
Cantilenas rimas infantis aprendi
As primeiras letras escrevi
E entrei para a escola
Materiais, livros e cadernos na sacola
Era pequenina e gorducha
Uma pequena e resmungona bruxa
Usava o cabelo em trancinhas
Quando ria fazia duas covinhas
Estudiosa e interessada
Era a rainha da gargalhada
Dei entrada no liceu
Tão solene e assustador
Que aflição, Deus meu,
Mas foi arrebatador…
Levei de carreirinha
Todos aqueles anos complicados
Que até incluíram bordados
Foi uma aventura aquela altura
Com tanta rispidez mas tanta loucura
Nada se questionava
Não se interrogava
Apenas se aprendia, se cumpria
O que cada um mandava
Nas muitas disciplinas, e, sem
esquecer, as normas de cortesia
Respirava-se a boa educação
ou enfrentava-se a expulsão
Seguiu-se a faculdade
Teve de ser na minha cidade
Não havia dinheiro para mais
Ninguém exigia o que fosse aos pais
Havia respeito consideração amor
que vinham do nosso interior
do barro burilado trabalhado
em casa e, na escola,
polido aperfeiçoado
Seguia-se a via escolhida
Com tantas estradas
veredas e encruzilhadas
Uns deram-se bem no entroncamento
enfrentaram-no sem sofrimento
Outros encontraram arestas nos cruzamentos
que não permitiram festas
Vidas sofridas ou bem vividas
com espinhos ou limpas desprovidas
de todo ou qualquer mal
Viveu-se com cravos o abril…
Geraram-se filhos mil
e o tempo correu febril
Com a nova geração não foi gentil
foi sendo moldada de modo especial
e tornou-se paradigmal.
Assim…
Há esperança e reina a confiança.
Maria Teresa Portal Oliveira
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