Oficinas de Escrita Criativa

EXERCÍCIO DE CRIATIVIDADE

Abre um livro no 2ºcapítulo, na 2ª linha e que lês?

Reli o capítulo II do meu romance «Vidas Sofridas» e, na segunda linha li «janela pequena».

Quando se fecha uma porta abre-se uma janela. Basta deixar chegar a oportunidade, dar uma segunda chance à vida.

Janelas há-as de todos os tipos, feitios e tamanhos. Até toma formas diferentes e nomes, conforme o local: escotilha, vigia, mansarda, postigo, claraboia (»A claraboia» de José Saramago), ventana...

«Os olhos são as janelas da alma» disse Edgar Allan Poe, pensamento frequentemente atribuído ao autor, devido à presença nas suas obras do elemento «eye-like windows» (tradução janelas como olhos), tal como acontece em «The Fall of the House of Usher».

Concordo com ele, porque sempre me disseram que os meus olhos falavam e, quando a boca dizia sim, os olhos diziam não. Habituei-me a dar respostas de olhos baixos, sempre que o assunto era polémico e eu, em virtude do cargo que ocupava, era obrigada a ir contra a minha opinião.

Do fado, ou não fosse amante incondicional, recordei «Fado à janela», »A janela dos teus olhos» ... Sou bem portuguesa.

E, na literatura, todas as obras com títulos que incluíssem a palavra janela: «A estrela que vejo da minha janela» de Onjali Q. Raúf (fantasia e ternura num abraço perante a morte de uma mãe e o desejo da filha Aniyah em dar o nome da mãe a uma nova estrela que apareceu no céu. Tantas dificuldades e todas superadas); «Uma janela com vista sobre os telhados» de Suzanne Kelman (amor, traição num período negro da história- o holocausto e a 2ª Guerra Mundial); «Espreita pela janela» de Katerina Gorelik (quem olha pela janela de uma casa de bonecas, que espera ver?), «Uma janela para o meu mundo interior» de Agostinha Pópulo ( este de poesia, o amor póstumo por um pai que ressalta em cada um dos poemas. Como eu te entendo, Agostinha!).

Estes são aqueles que posso visualizar nas estantes da sala onde trabalho. Se fosse procurar em outros lados mais haveria.

Falei de livros e não resisto a mencionar um filme que vi em adolescente e me marcou para sempre. «A janela indiscreta» de Alfred Hitchcock com Grace Kelly e James Stewart, um cozy mystery, um filme dos mais emblemáticos, bem sucedidos e elogiados de sempre.

Deem largas à imaginação e procurem outra janelas: o botão, quando entra em casa, põe-se à janela, A Carochinha vem para a janela enaltecer as suas qualidades e acaba por casar com o João Ratão que cai no caldeirão.

E temos o «100 Histórias à janela» de António Torrado.

E, ponto final.

Vou fechar a minha janela.