À Janela Aberta

À janela aberta

Um novo mundo aparecia

Pombas rolas cotovias

Voavam e revoavam libertas…

Cânticos melodiosos

Deslizavam nos ares leitosos

Uma nova liberdade chegara!

-Não quero estes novos ares para nada.

Quero a paisagem que viste

que tu coloriste

com a tua paleta de cores

em tons violentos garridos

tão intensamente vividos…

Olhei pela janela aberta

Nada modificara.

-Para onde foi a esperança que viste

o regato que ria com a cotovia

o campo inundado

e as rolas de flores

saltitando nas pedrinhas?

A janela aberta

uma miragem revelara

e mostrava uma paisagem exaurida

muito ferida e poluída

Fechei a janela e as portadas

Guardei os sonhos

Recusei pesadelos medonhos

Viverei a minha liberdade

Pessoal não temporal

Que guardarei no meu peito

de qualquer jeito

Criarei a minha janela

Onde festejarei a chegada

da paisagem desejada

Pintá-la-ei também eu

num cantinho secreto só meu.

E o mundo será nosso, teu e meu.


Maria Teresa Portal Oliveira

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