O vermelhinho
A bebé Maria olhava para o carrinho vermelho que corria se lhe carregassem em cima. De início teve medo e choramingou. Depois pegou nele e virou-o de todos os lados. Desconfiada, procurava descobrir como andava.
O carrinho estava feliz nas mãozitas da Maria. Quando comprado na Feira dos Brinquedos teve medo de que fosse parar às mãos de algum daqueles malandrecos destruidores que só ficam descansados quando os brinquedos se partem ou deixam de funcionar. Seguia-se um berreiro que nada resolvia.
No dia seguinte depois do 1º aniversário, a Maria voltou a pegar no carrinho vermelho e tentou pô-lo a funcionar. Não conseguiu. Ainda não andava, gatinhava e o carrinho não soltava para que ele pudesse correr.
Ah! Se pudesse falar com a pequenita e contar-lhe as suas aventuras desde que fora metido num contentor com outros brinquedos, uma montanha deles, e viera parar ali por acaso. Quando se vira em liberdade e naquele enorme espaço cheio de brinquedos, a tal feira, ficou encantado, pois viu que eram olhados com delícia por crianças mas também por adultos.
Entretanto, a Maria desistiu do carro e foi brincar com os Pandas: o peluche, outro que dançava… tinha tantos… Até tinha uma bolinha Panda. E quando punham o canal Panda a funcionar já não havia menina. Ficava presa ao ecrã e com um ano dançava as músicas. Era tão engraçada!
Naquele dia, cismou que havia de levar o carrinho para todo o lado. Até se zangou e atirou-o ao chão quando não o conseguiu pôr a funcionar.
Olhou para o pai de uma maneira engraçada e disse:
-Atá?
-Não foi de propósito? Então, apanho-to.
Pegou no carrinho com cuidado para não cair e foi brincar para o chão. Era mais seguro.
Foram apenas dois dias até os dois fazerem correrias pela casa toda, ele rodando as rodinhas e ela gatinhando atrás dele. E depois dos Pandas tornou-se o seu brinquedo favorito. Todos os dias faziam corridas até que começou a andar e a pô-lo a funcionar. Era ver quem ganhava. E a garota ria encantada com o Vermelhinho que se enfiava debaixo da mesa e dos armários e brincava às escondidas com ela.
Muitos brinquedos foram partindo ou guardados ou dados a meninos que não recebiam brinquedos.
O carrinho vermelho ficou na prateleira até a Maria crescer, ir para a escola e depois seguir o seu percurso de vida.
Qual? Isso só Deus sabe, porque ela ainda só tem um ano.
Muitos beijinhos, queriducha.
1ª História da Avó Teresa à pequerrucha Maria
Maria Teresa Portal Oliveira
© 2021 | Maria Teresa Portal Oliveira I Política de Privacidade I Termos & Condições