-Impossível, impossível! – chorava a folhinha de papel.
Curiosa, aproximei-me. Era uma história encantada que se tinha perdido no mundo real. Como é que a folha aparecera ali?
Continuei a ouvi-la:
-Eu perdi-me por culpa da fada bibliotecária. Não apanhou as histórias todas escritas pelos meninos na sessão de Oficina de Escrita Criativa. Coitado do Mané! Vai ficar tão triste de não ver a sua história no mural das histórias!
Olhei para a folha e consegui ler a história.
Lindinha tinha um coração puro e uma curiosidade sem limites. Sonhava explorar o mundo além da sua aldeia e conhecer todos os seres mágicos que a floresta escondia, segundo diziam os mais velhos. Um dia, enquanto caminhava, encontrou um velho sábio, um mocho de penas brilhantes, que a atraiu para a busca de um tesouro escondido, guardado por um dragão muito simpático.
Resolvida a encontrar o tesouro, Lindinha seguiu as pistas deixadas pelo mocho. No entanto, enquanto caminhava pela floresta, as palavras da folha começaram a desaparecer, e a história de Lindinha foi ficando... esquecida. A floresta, que antes vibrava com a magia das suas aventuras, começou a murchar, e os seus habitantes ficaram tristes.
O Pedro também adorava a biblioteca da aldeia e percebeu que algo estava errado. Decidiu investigar e encontrou a folha empoeirada, com as palavras quase ilegíveis. Carinhosamente, começou a ler em voz alta, revivendo as aventuras da Lindinha.
À medida que lia, a magia da história regressou. As árvores ganharam vida, as flores lançavam os seus aromas e bailavam ao vento. Os habitantes da floresta, animais e plantas, juntaram-se na clareira para ouvir a história de Lindinha. Juntos, ajudaram o Pedro a completar a narrativa, e, ao fazer isso, trouxeram Lindinha de volta à vida.
Com a ajuda dos seus novos amigos, Lindinha encontrou o dragão simpático e descobriu que o verdadeiro tesouro não era ouro ou joias. Era a amizade e as aventuras que vivera ao longo do caminho.
A história, agora completa, foi parar ao mural da biblioteca, sem a bibliotecária dar conta, e depois guardada com todas as outras. E, no dia das bibliotecas, os meninos liam as histórias escritas por outros meninos, pois o tamanho da caixa foi aumentando no correr dos anos. Era tão bom encontrar a história do pai ou da mãe, quando tinham a sua idade. Ficou em todos a lembrança de que, mesmo as histórias mais perdidas, podem ser encontradas novamente através da imaginação, da amizade e do amor.
E assim, a biblioteca florescia cada vez mais, cheia de risos e histórias, prontas para serem descobertas pelas novas gerações de sonhadores.
Não queres fazer parte desta caixa cheia de magia?
Maria Teresa Portal Oliveira
A ALQUIMIA DAS PALAVRAS
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