1ºinício
Peludinho era um gatinho que, mal acordava, fazia gato-sapato do dia a dia da avó Genoveva.
2ºinício
Sabem quem é o Peludinho? Um gatinho endiabrado que acorda com o fôlego de sete gatos.
3ºinício
Que aconteceu? Peludinho e Mica resolveram perseguir-se dentro de casa e tanto aprontaram que a avó Genoveva ficou assanhada que nem uma gata.
…
O novelinho cinzento adorava esconder-se no cesto dos novelinhos de lã da avó, principalmente quando fazia asneiras. Mas a Mica conhecia a sua fraqueza e depressa o apanhava.
Naquele dia, na correria com a cadela, virou a cesta e os novelos espalharam-se pelo chão.
Não adiantou esconder-se debaixo do cadeirão, porque tal como no ditado gato escondido com o rabo de fora, uma pontinha da sua cauda ficou à vista.
A avó Genoveva ralhou com o Peludinho mas não adiantou. Já sabia que o endiabrado gatito não aprendia.
-Tens de crescer, meu bichano! Depois aprendes as regras mas de pequenino se torce o pepino.
-Miau, miau – desculpou-se o Peludinho.
-E tu, Mica, já tinhas idade para ter juízo. És uma cadela adulta.
De orelha murcha, a cadelinha ouviu e compreendeu e nunca mais se meteu com o Peludinho, apesar dele a estar sempre a desafiar.
Hoje são dois animais adultos que se dão como Deus com os anjos.
Quem diz que cães e gatos não podem ser amigos?
1º início
Era uma vez uma folha de papel de linhas maltratada que vivia triste e infeliz no dossiê do Luís e tinha como companheiros de infortúnio a mochila e o lápis.
2º início
“Devias levar umas boas palmadas!” resmungou em escolês a mochila ao ser atirada com maus modos para um canto, enviando ao Luís um pontapé em pensamento, no que foi coadjuvada pelo dossiê e pelo lápis, fartos daqueles maus tratos.
3ºinício
“Ai! Ui!” gemiam infelizes a mochila, o dossiê e o lápis do Luís, frequentemente afiado sem ser usado e atirado para o chão só para incomodar a aula.
…
Naquela manhã, um estranho nevoeiro amarelado cobriu a cidade e, como “cada cabeça sua sentença”, logo surgiram várias hipóteses: “É pó do deserto e veio de África”, “É poeira da pedreira do vale”, “Foi o Zé que se emborrachou e lançou o pesticida em cima de nós. Maldito bêbado!”
A última hipótese era a mais plausível, pois o tal Zé utilizava uma avioneta para espalhar pesticida pelos amplos campos cultivados que rodeavam a aldeia e, em tempo de seca, regava-os.
Porém, estavam todos errados.
Havia tanta criança que andava arredada da leitura e da escrita que se tinha organizado um concílio de fadas para tratar do problema urgente.
Juntaram os seus poderes e lançaram os seus pós sobre a aldeia para só atingir os mais novos.
Ao respirar o pó, o Luís sentiu-se outro. Na escola, não atirou com a mochila e tratou-a com cuidado. Tirou o dossiê e teve a preocupação de endireitar as folhas.
Tornou-se aplicado e começou a estudar. Afinal, aprender até podia ser bem divertido… E lamentou ter aguçado o lápis sem ser preciso e de o ter atirado para o chão, o que partira a grafite.
E a mochila, o dossiê das folhas e o lápis respiraram aliviados. Afinal, as suas aflições tinham sido sentidas. Não sabiam por quem mas estavam agradecidos.
A Rainha das Fadas sorriu e mexendo na varinha compôs a alça da mochila que estava rota, alisou as folhas do dossiê e aumentou o tamanho do lápis que deixou de estar partido por dentro.
Não pensava estar a ser vista mas eles estavam atentos e viram “a varinha” mas guardaram segredo.
O Luís percebeu as alterações e só comentou:
-Bruxedo! Não… prefiro magia!
Mal sabia ele que acertara.
E tu, acreditas em fadas?
Maria Teresa Portal Oliveira
A ALQUIMIA DAS PALAVRAS
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