Não me darei por vencida

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sexta-feira, 27 de junho de 2025


Fui atrás do vento.

Voei na garupa de um pensamento.

Exigi a devolução da paz,

Da alegria, da felicidade.

Roubada numa rabanada,

Ladra sem ser convidada,

Sem nada a que me agarrar

Enfrentei tornados, tufões,

Não desisti do intento.

Quem lhe dera permissão

Pra me infligir tal tormento?

Quem se lembraria de com o tempo guerrear?

Dei-lhe guerra sem quartel

E bem podia rodopiar, voltejar

Nunca me conseguiu da cauda sacudir

Nem dos brados fugir.

De repente, a bonança...

A borrasca acabou.

E ele viu-se frente a frente

Com aquela que o enfrentou.

Do arco do tempo tirou a esperança.

Atirou-me essa migalha.

Permaneci no mesmo lugar

Sem um passo me desviar

Éolo apareceu furioso

E ele, temeroso,

Devolveu-me o saco da memória.

De toda a minha história

vivida e muito sofrida...

era a minha.

O pensamento esfumou-se e sorri.

Do livro, no regaço,

Caiu uma flor seca

Um cravo de abril longínquo.

Revivi a revolução

Dos cravos perfumados,

Dos feitos passados,

Da minha visão despedaçada.

Mil cacos pelo chão espalhados.

Eram a minha vida dorida,

No dia a dia fraturada,

Mas nunca me daria por vencida

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