As metáforas da vida
Cruzaram-se com as aliterações
A alma amada anseia a alegria
Há tanto afastada
O riso é o jardim onde tu te lembras de mim
A onomatopeia ri-se ahahaha
E o relógio tiquetaqueando
Inexoravelmente vai avançando
Ela, calmamente, na pensativa cadeira
Onde descansa a canseira
Pensa na imagem da paisagem adormecida
A paz desce e com ela dialoga
Mero exercício de ioga
Para a alma que personifica
Exalta-se a mão contra a devassidão
E ela, a perífrase da alma portuguesa,
Ri e brinca com toda a pureza
E é o país que vence todos os desafios
Envia os seus navios de névoas para o fim do mundo
Num abraço amoroso bem caloroso
As gentes procuram viver
E as maçãs verdes deixam amadurecer
A fruta podre é desprezada
Em ração de animais transformada
O sol solarengo solta seus sons suaves
E mergulha no oceano insano
É como um disco dourado
Que se reflete no mar navegado
E pleonasticamente, a lua subiu para cima
Para o céu escurecido, quando o sol mergulhou para baixo
Correndo para o outro lado do mundo
Enquanto soava melancolicamente o contrabaixo.
Maria Teresa Portal Oliveira
© 2021 | Maria Teresa Portal Oliveira I Política de Privacidade I Termos & Condições