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sábado, 13 de setembro de 2025
sábado, 13 de setembro de 2025
CONCURSO DE CONCEÇÃO SIMPLIFICADO:
Contos Literários Japão. Ir e Voltar – MUSEU DE LAMEGO
No Museu de Lamego, os jarrões de Quioto e Kagoshima despertavam a imaginação dos estudiosos da História. A cultura oriental fascinava-me.
Descobri, por acaso, e sei que não vão acreditar, que ao pressionar o jarrão azul, num determinado ponto, uma luz suave emanou, e senti uma sensação de vertigem. Pensei que fora alguma coisa que comera, mas não.
O jarrão, os jarrões não eram peças comuns, mas uma espécie de botão de transporte que permitiam viagens instantâneas através do tempo e do espaço. Inncreditável!
Como toquei no azul, foi para Quioto que os dois, envoltos em lendas e histórias do oriente, me levaram, conectando mundos e culturas num breve instante. E vi-me em Quioto, onde ainda hoje os japoneses habitam em casas de madeira tradicionais, com um, não, com dois minúsculos jarrões na mão, num jardim de cerejeiras em plena floração.
Datados do século XIX, mostravam-me uma antiga civilização desconhecida. Os desenhos intricados, em camadas, as cores vibrantes refletiam uma cultura que continuava a venerar a natureza e os elementos.
Com o passar dos anos, estes jarrões, símbolos de conexão entre o passado e o presente, tinham chegado a um destino nunca imaginado, o museu de Lamego.
Nunca tinha imaginado viajar para Quioto e fiquei fascinada pela paisagem, pelas gueixas e pelas estátuas de Jizo, em barro, bronze ou pedra, que representavam divindades defensoras das crianças e viajantes, espalhadas pela cidade. A cerimónia do chá e os arranjos florais apaixonaram-me. E ainda consegui visitar um dos santuários budistas.
Um formigueiro na mão lembrou-me o outro jarrão, mais escuro, que me levou para Kagoshima, numa viagem pela ancestral Sengan-en, onde viviam os senhores feudais e observei o vulcão Sakurajima que fumegava, lembrando à população que era o senhor. E, pelos vistos, não só o vulcão era dominante como a fauna que se podia observar no aquário da cidade e os belos golfinhos que se viam na baía.
Encantada, observava que as duas cidades possuíam uma rica tradição cultural e artística, semelhante ao significado dos jarrões. A sua vinda para o acervo da coleção do museu, relembrava que a ponte cultural entre Portugal e o Japão existia há séculos, já que os laços históricos e artísticos se mantinham, uma vez que tinham sido os portugueses os primeiros a chegar ao Japão.
Tinha de voltar antes que dessem pela falta dos jarrões e eu me visse aflita para explicar o inexplicável. Um botão de transporte. Estaria maluquinha?
Uma luz envolveu-me e ,quando se dissipou, os jarrões estavam no local de origem, o Museu de Lamego. E ninguém dera por nada. O tempo parara no momento em que eu partira. Por acaso, olhara para o relógio e eram precisamente 15.15h, as que o relógio de pé alto, também ele, uma preciosidade, mostrava.
Não sei porquê, o botão de transporte nunca foi descoberto, nem por mim que o procurei, sempre que ia ao museu.
Conhecedor do meu fascínio pela História, o dragão, uma peça também em exposição, tinha feito uma pequena magia.
Na Festa da Senhora

Maria Teresa Portal Oliveira
A ALQUIMIA DAS PALAVRAS

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